quarta-feira, 19 de abril de 2006

Barcelona


Quem não pensou um dia em fazer desenhos, pintar, construir coisas novas? Talvez fazer uma casa que tivesse lugares gostosos para ficar? Pois há pessoas que conseguem realizar estes pensamentos, viram arquitetos. Há um em particular que levou sua criatividade ao limite. Não é que cem anos não foram suficientes, em pleno séc.XX, aquele mesmo no qual o homem pisou na Lua, para terminar a construção da Catedral por ele criada! Antoni Gaudi. Ele está sepultado, em uma cripta, na inacabada catedral da Sagrada Família, cuja obra foi por ele iniciada em 1883. Faleceu em 1926, no entanto sua construção está longe de estar concluída, embora continue em obras. É uma incrível e monumental obra de arte, de curvas e detalhes preciosos, que será uma Igreja, ou será um mausoléu a este incrível artista. Tudo em Barcelona respira a Gaudi e a criatividade de artistas e arquitetos. O parque Güell, projeto de um “condomínio” de casas, também concebido por Gaudi, nos faz viajar por seus sonhos. Há por toda parte em Barcelona as marcas de sua influência, parece que há uma arquitetura antes e depois dele.  Não que não houvesse outros brilhantes arquitetos contemporâneos a Gaudi. Por exemplo, o Palau de la Musica Catalan, de Lluís Domènech i Montaner , encomendado por um grupo de canto coral para cultivar as tradições catalãs, é outra obra de indescritível beleza, com intensa programação musical, onde, em um domingo de manhã, pode-se ouvir uma primorosa interpretação do Réquiem de Mozart em coral e orquestra. Gaudi abandonou as linhas retas, a simetria e suas colunas são quase sempre inclinadas; tudo com muita cor, utilização de material reciclado de vidro e desenhos únicos. Já a de Montaner é simétrica, com motivos florais, convida-nos a entrar em um palácio-jardim. Creio que depois de conhecer as obras de Gaudi nenhum arquiteto será o mesmo.
Barcelona também é muito agito, por todos os cantos há bares servindo “tapas”, a beleza de suas ruas e a cordialidade dos catalães com seu idioma que às vezes parece fácil, e outras vezes não se entende xongas (quer dizer picas em Catalão). Curtir a cidade é também passear pelo calçadão de mais de um quilômetro da Ramblas de Santa Mônica, o maior “footing” da Terra, um mundo de gente a caminhar, onde a cada quatro ou cinco metros encontra-se um ou uma performer, com gente à volta. Pode-se ver gente-estátua de todos os tipos: diabos, soldados, Michel Jackson, a gordona, Cleóprata, Nero, cowboys, apaches, etc. As pessoas parecem alegres, por toda a parte; os restaurantes só abrem às 13:30 h. para o almoço e às 20:30 h. para o jantar. Uma cidade sempre em festa convida a todos para ficar, para vive-la. Mas Barcelona é principalmente o Barça, clube de futebol que apaixona a todos na cidade, e Roni, como é chamado o nosso Ronaldinho Gaúcho, que é tratado com um carinho impressionante. Até mesmo quando perde o penalty, como o que aconteceu contra o Benfica pela copa dos campeões, a torcida o aplaude, como a lhe dizer, ‘não tem problema, você resolve depois’, e ele resolve mesmo, além de dar exibição de técnica e inteligência. Sem dúvida, é o melhor jogador dos dias de hoje.  Ir ao estádio do Barça assistir a Ronaldinho, Eto-o, Deco e companhia, para quem gosta de futebol, é como ver um espetáculo singular, que não mais se repetirá, mesmo que se repita no jogo seguinte. Só há, um porém, por estas bandas de cá, a água parece ressecar tudo, até pincel de barba pede um cremezinho para se safar.Ah! Barcelona quantas coisas mais tens a dizer ….  

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