sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

PREPARANDO AS MALAS PARA IR A CUBA

Viajar para Cuba é diferente.

A Revolução Cubana, que tomou o poder em primeiro de janeiro de 1959, fez parte do imaginário da nossa geração. Ela simbolizava um mundo novo: uma sociedade sem classes, um mundo justo e sem desigualdades, uma sociedade feliz. Depois aconteceram tantas coisas... os golpes militares, as lutas armadas, suas vítimas, os exílios, os retornos e a volta as eleições gerais, a chegada das esquerdas ao poder... Disto, no me gusta hablar.

Viajar para Cuba é diferente.

Apesar de já se passar mais de vinte anos da queda do muro de Berlin (09/11/1989), ainda persiste o bloqueio econômico promovido pelos Estados Unidos e com este uma certa aura de país proibido.


-Para onde vocês vão agora?
-Para Cuba.
-Cuba!!!
-Huumm...


Embora tenha muita gente que já esteve por lá, é difícil obter informações sobre a Ilha. Qualquer lugar que você diga que vai viajar, logo aparece um montão de sugestões, dicas, roteiros, opiniões: você não pode deixar de ir a tal lugar, fazer tal programa, comer tal comida, conhecer tal museu e assim por diante. Com Cuba é diferente: apenas monossílabos.
Será que é uma fria?

Depois, eu conto.

Ainda bem que estamos na era da Internet e hoje podemos nos informar sobre Cuba, sua geografia, história e tudo mais.


Então, vamos preparar a nossa viagem.
Até mais.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O QUE NOS ESPERAVA NO CANADÁ

Uma das estradas mais bonitas do mundo é a rodovia que liga Jasper a Banff, duas cidades que são referência de Parques Nacionais que protegem e organizam o acesso a milhares de pessoas às belezas das Montanhas Rochosas Canadenses, seus lagos e trilhas. São cerca de duzentos quilômetros onde a vontade é parar a cada metro para contemplar o cenário natural. A pista segue pela cadeia de montanhas, próxima a picos nevados, em longos trechos margeando rios e lagos.

O dia 12 de setembro estava totalmente ensolarado e céu azul-brigadeiro limpinho. Mesmo quem estava dirigindo não perdia nada, porque a cada curva, subida ou descida, o slide show mostrava imagens de encher os olhos e alma.

Para! É a visão do Lago Bow, que apresentava os desenhos das montanhas se projetando na água em leve movimento de modo a formar como que paletas de pintura multicolorida em permanente mutação. Uma situação que nos emocionou; um olhando e falando para o outro: “esta é a estrada mais linda que já vimos”.

Quando se pensa viajar para o oeste do Canadá, tem-se em mente a beleza natural do relevo, as Rocky Mountains e as opções de atividades ao ar livre em seus lagos e rios. Pensa-se também em visitar a famosa estação de esqui de Whistler e as cidades de Vancouver e Victoria, cheias de vida e charme.

Mas, além das belezas naturais, se encontra também uma sociedade cordial multicultural e multirracial, com grande presença de asiáticos, entre os quais se destacam os de origem chinesa que desde o século XIX migraram para ser mão de obra na construção das ferrovias que ligam o leste e oeste deste país enorme. (aproximadamente 8000 quilômetros linha férrea).

Vancouver é certamente um dos lugares mais cosmopolitas do mundo, onde metade da população fala em suas casas e nas ruas outro idioma além dos oficiais inglês e francês. Outra coisa que chama atenção é a grande quantidade de jovens mulheres que adotam a vestimenta muçulmana, sugerindo talvez uma expansão religiosa e cultural do Islã.

Vimos também em um trecho de avenida, uma ao lado da outra: Mesquita, Pagode Budista (ou será Xintoísta?), Igreja Ortodoxa e outra Cristã. Enfim um ambiente civilizado de convivência entre diferentes.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

EDMONTON – PRIMEIRA PARADA NO CANADÁ

Chegamos em pleno feriadão de dia do trabalho (por aqui se comemora esta data na primeira segunda-feira de setembro) e como o verão está chegando ao fim o pessoal botou o pé na estrada. Moral da estória: chegamos a uma cidade deserta, daquelas de dar medo. Nem parecia que Edmonton é uma cidade grande que possui um enorme Shopping Center que eles se vangloriam de ser o segundo maior do mundo.

Quando saímos de carro na manhã de terça-feira percebemos que a galera já tinha voltado e com ela a agitação. Nem parecia a mesma cidade do fim de semana, totalmente sem vida.

Voamos de Chicago para Edmonton como parada técnica para chegarmos às montanhas Rochosas Canadenses. Funcionou, mas fora isto não há muito mais a dizer sobre nossa passagem por lá.

Agora estamos em Jasper dentro de um dos maiores parques daqui. Trata-se de outro departamento. Tem uma cidade pequena, com jeito de Gramado, cercada de montanhas. Bom de caminhar e respirar fundo. Daqui parte-se para explorar o parque com seus lagos, montanhas, canyons e muitas arvores as margens das estradas. Lá vamo nóis...

sábado, 3 de setembro de 2011

CHICAGO - PRAZER EM CONHECÊ-LA

Começamos bem!

Ao chegar a capital do estado que projetou Barack Obama para a política americana, soubemos que estava se iniciando o:

33RD ANNUAL CHICAGO JAZZ FESTIVAL SEPTEMBER 1-4, 2011

Na mosca!

Sob um verão carioca com temperaturas sempre acima de 30 graus saímos a caminhar por suas ruas, nunca sem antes fazer exercícios para o pescoço. Olha-se o tempo todo para cima admirando os detalhes dos arranha-céus. Os inúmeros edifícios que parecem ter saído de concursos de arquitetura no dia de ontem, compõem um ambiente novo, rico e cheio de movimento que não se dá a conhecer de imediato.

Mas, logo que se chega ao Millenium Park vê-se que é coisa séria o Jay Priestler Pavillon, maravilhoso espaço para apresentações musicais ao ar livre, abertas ao público, confortável, com sonorização impecável e visual esplêndido. Tudo de altíssimo nível e grátis para quem quiser assistir.

Estamos em pleno Festival de Jazz.

Não topamos, mas há um passeio chamado: Jazz Club Tour , que percorre 15 diferentes bares para se apreciar um som, com direito a descontos e guias turísticos, com bandeirinha do grupo. Tudo descontraidamente organizado. Muitas pessoas vêm aqui atraídas pelo fascínio causado pelo jazz. 

Enfim, um animado começo de viagem.

É uma cidade, situada a beira do Lago Michigan e cortada pelo Rio Chicago, que parece curtir suas águas, construindo enormes edifícios residenciais e comerciais em suas margens.

Aqui se percebe a mão dos arquitetos e urbanistas, sem estragá-la, mantendo um ambiente onde pode-se caminhar com prazer por suas ruas e avenidas.

Os automóveis estão presentes, mas não massacram os pedestres.

Uma bela cidade que recebe milhões de turistas por ano, sem sufoco.

Ia esquecendo, fomos também comer cachorro quente no Portillo’s Hot Dogs, considerado um dos pioneiros e especialistas em ramo tão importante da gastronomia mundial, em especial da americana. Os panchos uruguaios não ficam a dever nada aos daqui.



DICAS:

Hotel Comfort Inn & Suites Downtown Chicago, 15 East Ohio Street, New North – IL 60611 – Ótima localização, pessoal cordial e boa relação custo/benefício.

Restaurantes:

The Park Grill – 11 N Michigan Avenue Chicago, IL 60602 – Excelente comida de chef

PEGASUS Restaurant e Taverna – 130 S. Halsted Chicago, IL 60661 – no Bairro grego, ótima cozinha em ambiente de cantina grega. Bons preços

domingo, 15 de maio de 2011

PALERMO CORAÇÃO DA SICÍLIA

A relação da gente com as cidades assemelha-se um pouco a comunicação entre pessoas. Há aquelas que de imediato nos chamam a atenção e outras que passam por nós sem deixar qualquer lembrança.

Chegamos à capital da Sicilia, meio desconfiados, tendo na cabeça a melodia e as imagens do “Poderoso Chefão”, a memória dos descendentes de italianos “embrulhões” que conhecemos no Brasil, seus modos apaixonados, dedicados de amigos e companheiros.

Mas, em Palermo encontramos a Itália profunda numa cidade charmosa e atraente, com suas ruelas e becos, paredes envelhecidas e descuidadas, com varais de roupas coloridas penduradas para fora das janelas. O trânsito indisciplinado, os seus motoristas fazendo o que lhes passa pela mente, parando em fila dupla, estacionando em lugares incríveis e suas motonetas circulando por todos os lugares, inclusive feiras livres e calçadas. Uma cidade viva que fecha entre meio dia e quatro da tarde para fazer a sesta.

Toda a gente “parlando” italiano alto com muitos gestos e efeitos teatrais, enfáticos e cordialmente relaxados, às vezes meio brutos, mas educados ao seu modo.

E que comida! Como se “manja bene!” E que “vino!” E que “pane!” Tudo “molto bello”.

É uma cidade para se andar, andar, andar e curtir, admirar seus prédios e sua gente.

E se vier a Palermo não se esqueça de visitar a Catedral de Monreale, de uma beleza espetacular, que por si só já justificaria uma viagem a Sicília. A igreja se localiza numa cidadezinha medieval próxima e seu Domo é magnífico, com o interior todo trabalhado em mosaicos. Um primor de encher os olhos e alma!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

ADEUS CÓRSEGA

Nossa visita a Córsega durou seis dias. Foi pouco. Se fosse quatro semanas estaria mais bem calculada. A ilha é bela de norte a sul: as montanhas, a cor do mar, os contornos rochosos. Há inúmeros passeios que podem ser feitos de carro, de barco, de bicicleta ou a pé. Tem para todos os gostos. Esta época do ano, final de abril, é especial, com clima bom e não muita gente. Aliás, para se aproveitar a Córsega é fundamental que o tempo esteja bom, pois os passeios são ao ar livre e também porque suas estradas são estreitas e sinuosas, subindo e descendo seu relevo super acidentado. Não consigo me imaginar dirigindo por estas estradas com neblina ou muita chuva, ladeando abismos e precipícios.

O ponto alto da viagem é a cidade de Bonifácio construída sobre as falésias, debruçada sobre um mar de cor verde deslumbrante. A cidade é antiga, com ruelas charmosas cheia de bares e restaurantes, convite para caminhadas ao por do sol. Em seu porto um esquema bem organizado de passeios marítimos permite observar os “paredões de pedras róseas” que sustentam a cidade em seu cimo. Bonifácio é sem dúvida o objetivo número um de uma visita a região.

Outra programação importante são os diversos passeios marítimos pela ilha, as “Promenades en mer”, que também dependem do clima, não combinam com excesso de ventos e mar agitado. Estes deliciosos passeios permitem contemplar do mar as montanhas que mostram figuras gigantescas, grutas e cavernas, lembrando estórias de piratas e corsários (vale um trocadilho).

Os locais de referência principais para estes passeios são: Ajaccio que é a capital da Córsega e de onde saem diversos circuitos e Porto outro lugar para se iniciar excursões. Pode-se passar o dia inteiro percorrendo o litoral ou passeios curtos perto das cidades portuárias. Não é preciso ser dono de lanchas ou iates para curtir o Mar Mediterrâneo.


A estrada estreita que une Ajaccio a cidade do Porto é fantástica, com suas curvas fechadas, serpenteando os morros, permite ver de dentro os/as Calanches (morros de pedras de diversas cores, onde predomina o avermelhado, que brotam do mar). Há diversos pontos de parada que formam belvederes de onde se podem apreciar suas formas e cores.

Não fomos a Girolata-Scandola, no nordeste da ilha, as fotos prometiam lindas paisagens, mas demos a volta de carro no Cap Corse bem a norte. Foi uma boa chegada, mas perde por muito da outras regiões. Enfim: Adeus Córsega, levamos boas lembranças de suas belas paisagens e a cordialidade das pessoas.

sábado, 30 de abril de 2011

CIRCULANDO PELA CÓRSEGA

Chegamos dia 27 de abri, ao final da tarde, em Bastia considerada a capital da “Alta Córsega”. Após um sono regenerador, logo às oito da manhã pusemos o pé na estrada para contornar o Cap Corse que fica ao norte da ilha. Rodamos por estradas estreitas e mal conservadas, de quando em quando, apreciando os abismos que desenhavam os contornos do mar. Sol aberto e muita nebulosidade no horizonte. Parece que em dias transparentes pode-se avistar a Itália e longe o cume dos Alpes nevados. Sei não! Mas, as paisagens são ma-ra-vi-lho-sas, como dizem os gaúchos.

Um dos lemas da Córsega é: “Ilha da Beleza”, mas poderia também ser: “Ilha das marinas”. Em um trecho de mais ou menos duzentos quilômetros passamos por quatro marinas enormes, com muitos veleiros e lanchas de respeito. Pois é, parece que essa turma do Mediterrâneo gosta de navegar, faz muito tempo, não é?

Hoje, dia 30, estamos em Ajaccio, capital da Córsega e terra natal de Napoleão Bonaparte. É a maior cidade de ilha, e mostra pujança e animação.

Estamos em enorme expectativa, pois vamos fazer um passeio de barco que promete mostrar as maravilhas dessa costa de natureza exuberante! Vamos `sacar` muitas fotos.

Dizem que o idioma local é o Corso. Vemos nas placas o movimento nacionalista riscando as palavras em francês, mas por enquanto não deu para perceber o quanto é forte a cultura local. Não sabemos se eles têm tanta areia no caminhão para poder se separar da França ou se é apenas juntar forças para se fazer respeitar.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

VAMOS VIAJAR PARA BASTIA?


Quando sentei diante do computador para escrever estas mal digitadas linhas, ouvi uma pessoa gritando na rua: “olha aí o vassoreiro!”, “olha as vassouras”, “quer comprar vassoura?”. Logo me lembrei da minha infância na Rua Capote Valente, em São Paulo. Toda a semana passava por nossa rua um ceguinho acompanhado de um rapaz oferecendo vassouras de vários tipos. Ficou marcada na minha mente aquela cena, me impressionava a figura do cego que tinha a cabeça voltada para cima. Naquela época não me perguntava se afinal era ele que empregava o menino, ou ao contrário seria alguém que se valia dos dois. Enfim o que teria a ver o cego com a venda daqueles instrumentos tão comuns em todas as casas. Ora Zé, apenas um marketing que deu certo, diria provavelmente o seu Alfredo.

Mas, o assunto é outro. Vamos viajar para o Mediterrâneo.

Primeira parada do passeio será Bastia, nosso ponto de chegada à Córsega. Vamos dar um giro pela ilha que é também conhecida por ter sido berço de Napoleão Bonaparte (nasceu em Ajaccio, capital da Córsega). A ilha já pertenceu a Gênova e atualmente é um departamento da França. A língua local é o “corso” dialeto italiano e eles vivem as turras com os franceses. Talvez, além da natureza exuberante, possamos assistir alguma manifestação nacionalista, esperamos pacifica.

Depois vamos seguir para a Sardenha, Sicília, Calábria, Costa Amalfitana e Nápoles. Muita natureza, pastas, frutos do mar e um pouco de vinho. Sem deixar de curtir é claro o jeito italiano de ser.


Partimos dia 26 de abril, até lá! Contando estórias e sacando fotos...

sábado, 29 de janeiro de 2011

LA PIERRADE – FONDUE NA PEDRA

Em Gramado, levados por nosso anfitrião Vini, fomos apresentados ao Fondue na pedra em um restaurante chamado Chateau de La Fondue.
Agradável surpresa: trouxeram-nos uma bandeja de pedra sabão previamente aquecida e mantida quente com a ajuda de um réchaud à álcool. A seguir quatorze potinhos com diversos molhos salgados e doces: vinagrete, mostarda, raiz forte, cebola caramelada, farofinha, etc. Por último uma travessa repleta de bifinhos de filé mignon, frango e filé de porco. De dar água na boca.
Com a ajuda de espetinhos de fondue seguimos o ritual de assar as carnes na pedra, escolher um molho e degustar o tal de fondue na pedra. Que maravilha, Tchê!
Para mim novidade.
Claro que deve ser uma das formas mais antigas descobertas por nossos antepassados pré-históricos, mas acompanhado de um bom vinho deve ser um pouco mais recente.
Perguntamos ao garçon e ele nos disse que já a cerca de dez anos os restaurantes de Gramado servem estas delícias gastronômicas na pedra, também com outras receitas, com legumes, camarão, lagosta e frutos do mar. Enfim a turma cria e recria novidades culinárias.
Tempos atrás, quando em dias de inverno glacial, resolvia-se comer um fondue, sabia-se que junto seríamos defumados pela mistura dos cheiros das panelas de óleo com as fumaças dos cigarros. Saía-se cheirando até a alma. Alguns juravam beijando os dedos em cruz que durante pelo menos um ano se tornariam vegetarianos ortodoxos.
Pois é, o tal de fondue na pedra substitui com vantagem aquele feito nas panelas tradicionais.
Vive La Pierrade!