sábado, 6 de novembro de 2010

Dublin


A cidade parece estar em festa todos os dias. A Lapa daqui se chama Temple Bar, um mini-bairro de poucas ruas que tem um Pub encostado no outro. Quando os visitantes chegam pela primeira vez são informados que este espaço de prazer, que leva o nome de um de seus bares mais famosos, não fecha às onze, como em Londres, mas depois das duas da madrugada. Muita música combinando com muita cerveja, especialmente a Guiness, cuja imagem e referência aparece em todos os cantos da cidade. Assemelha-se a Petrobrás, patrocina tudo que rola pela Irlanda do Sul (Eire).
O final de semana estava agitado com o show do Sting & The Police. Um dia ensolarado em pleno outubro é como um verão inesperado que a galera resolveu aproveitar pra valer. Num ambiente que reúne gente de todas as idades, mas principalmente jovens que falam um monte de línguas diferentes, a alegria se irradia por todos os lados.
Dublin se tornou um pólo de atração de imigrantes à procura de trabalho. Ouvimos falar que cerca de 14% de sua população é constituída por jovens poloneses. Parece um exagero se levarmos ainda em consideração que há gente de toda a parte, vinda da África, do Oriente, inclusive do Brasil. Há até ciganas jovens, cheias de filhos a mendigar pelas ruas.
Porém, é bonito de ver o que ocorre nestes países da União Européia, com sua juventude migrando de um canto para outro e trocando figurinhas em vários idiomas. Muitos de tendência mais conservadora ficam atemorizados imaginando que isto não vai dar certo. Num período não muito superior a cinco anos, chegaram a Dublin mais de duzentas mil pessoas na faixa etária dos vinte anos. A Babel vai virar uma área cosmopolita rapidamente.
Este país que tem dois idiomas oficiais, o gaélico e o inglês, busca cultivar suas super-raízes culturais e enfrentar o desafio de mergulhar nas transformações atuais. Nas placas dos carros de Dublin vemos escrito em gaélico: Baile Átha Cliath. Uma cidade cujo nome começa em baile só pode ser uma festa, ora pois: é.