terça-feira, 4 de abril de 2006

Lisboa

Quanto charme, quanta paz, quanta singeleza. É Lisboa neste começo de primavera. Já faz calor e os dias começam a ficar mais longos. Reencontramos a cidade em um domingo à tarde, caminhamos da Praça dos Restauradores até a velha Sé. Claro, passamos pelo Rossio, a Praça Dom Pedro IV. A estátua do imperador está sobre um obelisco muito alto que não se dá para ver direito como ela é. Fiquei a perguntar-me qual terá sido a intenção do artista? Seria a de homenageá-lo elevando-o a tal altura, ou talvez escondê-lo lá encima. Sabe-se lá como o autor percebeu a figura histórica do nosso imperador Pedro I, fundador do Brasil independente e depois guerreiro que lutou pelo trono português, denominado aqui de Pedro IV. A saga emocionante deste homem, em um período extremamente conturbado da vida européia, como terá batido na alma do arquiteto deste monumento?Mas enfim, seguimos em frente em direção à Sé, fomos pela Rua Augusta e dobramos à esquerda na Rua da Conceição. Como era um domingo, já ao entardecer, parecia que todas as pessoas que estavam a caminhar, estavam como nós, a passear.Ao entrarmos na Sé, havia uma Missa solene, celebrada por um bispo, estava repleta e as pessoas cantavam como se fizessem parte de um grande coro. Eram músicas antigas que pediam que o Senhor tivesse piedade delas e talvez também de nós. Um ambiente único, pois uma catedral tão antiga parecia ainda estar em seus dias de glória. Esta catedral surpreende, vista de fora, projetada em linhas retas, sugere ser obra do mesmo autor do castelo de São Jorge, assemelhando-se a uma fortificação. Mas vista de dentro suas linhas são curvas e as naves tradicionais dominam o desenho interno, sentimo-nos dentro de uma catedral medieval.Mas fomos em frente,  à procura do Clube de Fado, que um amigo artista, de Porto Alegre, violonista, havia nos sugerido. Este clube (restaurante com fado ao vivo) fica situado à Rua São João da Praça, às portas do Bairro de Alfama. Grata indicação, pois o lugar é “gira”, com excelente comida, músicos e cantores de primeira. Lá, pratica-se o fado, quanta dor de cotovelo misturando amargura e ironia. Encontra-se a velha Lisboa a cultuar suas tradições. Portugal não é mais o mesmo, está a cada vez melhor.E o Chiado, pá? Vai acabar dando o título à cidade, de capital romântica. Seus bares e recantos atraem a garotada a viver a noite Lisboeta. O espírito boêmio de Pessoa está presente, permeando todo o ambiente. O Chiado está para Fernando Pessoa como Ipanema para Vinicius de Moraes. Como em diversas cidades do mundo, hoje em dia, em Lisboa ouvem-se muitas línguas: européias, africanas e também asiáticas, é uma cidade cosmopolita. Há várias exposições e vida cultural intensa. A diferença é que aqui se fala o português e encontram-se muitos brasileiros trabalhando nos bares, restaurantes, hotéis e serviços em geral.Lisboa velha cidade cheia de encanto e beleza sempre formosa a sorrir e a vestir sempre airosa ……

Nenhum comentário:

Postar um comentário