domingo, 15 de maio de 2011

PALERMO CORAÇÃO DA SICÍLIA

A relação da gente com as cidades assemelha-se um pouco a comunicação entre pessoas. Há aquelas que de imediato nos chamam a atenção e outras que passam por nós sem deixar qualquer lembrança.

Chegamos à capital da Sicilia, meio desconfiados, tendo na cabeça a melodia e as imagens do “Poderoso Chefão”, a memória dos descendentes de italianos “embrulhões” que conhecemos no Brasil, seus modos apaixonados, dedicados de amigos e companheiros.

Mas, em Palermo encontramos a Itália profunda numa cidade charmosa e atraente, com suas ruelas e becos, paredes envelhecidas e descuidadas, com varais de roupas coloridas penduradas para fora das janelas. O trânsito indisciplinado, os seus motoristas fazendo o que lhes passa pela mente, parando em fila dupla, estacionando em lugares incríveis e suas motonetas circulando por todos os lugares, inclusive feiras livres e calçadas. Uma cidade viva que fecha entre meio dia e quatro da tarde para fazer a sesta.

Toda a gente “parlando” italiano alto com muitos gestos e efeitos teatrais, enfáticos e cordialmente relaxados, às vezes meio brutos, mas educados ao seu modo.

E que comida! Como se “manja bene!” E que “vino!” E que “pane!” Tudo “molto bello”.

É uma cidade para se andar, andar, andar e curtir, admirar seus prédios e sua gente.

E se vier a Palermo não se esqueça de visitar a Catedral de Monreale, de uma beleza espetacular, que por si só já justificaria uma viagem a Sicília. A igreja se localiza numa cidadezinha medieval próxima e seu Domo é magnífico, com o interior todo trabalhado em mosaicos. Um primor de encher os olhos e alma!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

ADEUS CÓRSEGA

Nossa visita a Córsega durou seis dias. Foi pouco. Se fosse quatro semanas estaria mais bem calculada. A ilha é bela de norte a sul: as montanhas, a cor do mar, os contornos rochosos. Há inúmeros passeios que podem ser feitos de carro, de barco, de bicicleta ou a pé. Tem para todos os gostos. Esta época do ano, final de abril, é especial, com clima bom e não muita gente. Aliás, para se aproveitar a Córsega é fundamental que o tempo esteja bom, pois os passeios são ao ar livre e também porque suas estradas são estreitas e sinuosas, subindo e descendo seu relevo super acidentado. Não consigo me imaginar dirigindo por estas estradas com neblina ou muita chuva, ladeando abismos e precipícios.

O ponto alto da viagem é a cidade de Bonifácio construída sobre as falésias, debruçada sobre um mar de cor verde deslumbrante. A cidade é antiga, com ruelas charmosas cheia de bares e restaurantes, convite para caminhadas ao por do sol. Em seu porto um esquema bem organizado de passeios marítimos permite observar os “paredões de pedras róseas” que sustentam a cidade em seu cimo. Bonifácio é sem dúvida o objetivo número um de uma visita a região.

Outra programação importante são os diversos passeios marítimos pela ilha, as “Promenades en mer”, que também dependem do clima, não combinam com excesso de ventos e mar agitado. Estes deliciosos passeios permitem contemplar do mar as montanhas que mostram figuras gigantescas, grutas e cavernas, lembrando estórias de piratas e corsários (vale um trocadilho).

Os locais de referência principais para estes passeios são: Ajaccio que é a capital da Córsega e de onde saem diversos circuitos e Porto outro lugar para se iniciar excursões. Pode-se passar o dia inteiro percorrendo o litoral ou passeios curtos perto das cidades portuárias. Não é preciso ser dono de lanchas ou iates para curtir o Mar Mediterrâneo.


A estrada estreita que une Ajaccio a cidade do Porto é fantástica, com suas curvas fechadas, serpenteando os morros, permite ver de dentro os/as Calanches (morros de pedras de diversas cores, onde predomina o avermelhado, que brotam do mar). Há diversos pontos de parada que formam belvederes de onde se podem apreciar suas formas e cores.

Não fomos a Girolata-Scandola, no nordeste da ilha, as fotos prometiam lindas paisagens, mas demos a volta de carro no Cap Corse bem a norte. Foi uma boa chegada, mas perde por muito da outras regiões. Enfim: Adeus Córsega, levamos boas lembranças de suas belas paisagens e a cordialidade das pessoas.