quinta-feira, 20 de setembro de 2012

BEIRUTE - DA GUERRA À PAZ

De repente, estávamos à vontade, os motoristas fazendo bandalhas de deixar complexado qualquer motorista de taxi do Rio de Janeiro, as ultrapassagens de todos os modos, contramão é uma mera formalidade e os sinais vermelhos são apenas decorativos. Esta é Beirute cheia de carros de luxo, onde se assiste Ferraris vermelhas circulando entre Mercedes, Maserattis, Audis, Porches e sei mais lá o quê.

Como na Jordânia e na Turquia os investimentos imobiliários a todo vapor. Parece que estamos na era da construção civil. Peço socorro, por favor, chamem arquitetos, urbanistas, ambientalistas, engenheiros e artistas plásticos depressa, porque só querem construir em todo lugar sem pensar em mais nada. O horror se espalha por todos os cantos do planeta, querem colocar toda a humanidade dentro de caixotes de cimento. Help!

A cidade ainda mostra as marcas das batalhas de rua havidas na guerra civil entre cristãos e muçulmanos durante os anos setenta e oitenta do século passado. Veem-se muitas marcas de tiros em edifícios públicos e particulares; muitos prédios semidestruídos e abandonados. Morreram cerca de 250 mil pessoas. A maioria dos sobreviventes chora até hoje a morte de amigos, colegas ou familiares. Inacreditável que o Líbano um país de alto nível cultural tenha passado recentemente por tais horrores. Ainda persiste em muitos o receio de visitar o país por causa da memória desta guerra fratricida.

O centro de Beirute, em tudo chic, permanece quase vazio de turistas, sobretudo nestes tempos de lutas sangrentas no país vizinho, a Síria. Beirute, a cidade capital do Líbano, um dia chamado de Suíça do Oriente Médio, hoje se encontra em meio a um processo de reconstrução, cujo dinamismo começa a deixar para trás o sofrimento daqueles anos de pesadelo.

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