quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

CUBA – UM PAÍS SOCIALISTA – SOBRE O FIO DA NAVALHA


Para nós que viemos de um paraíso capitalista visitar a Ilha da revolução socialista chega a ser até engraçado observá-la para além dos lugares comuns a que estamos acostumados. Como um povo vive em meio a prédios caindo aos pedaços e ostenta sorrisos nos lábios? Como podem viver sem poder comprar automóveis bacanas e outros milhares de produtos de consumo? Numa sociedade sem classes, onde não há ricaços, como podem morar em meio às maravilhas arquitetônicas de antes da revolução (1959) e hoje em sua maioria mal conservadas (a menos que se tornem museus ou prédios de interesse público)? Como podem viver em segurança?
A sociedade cubana se orgulha de seu nível educacional e de saúde e hoje passado o período imediatamente posterior a queda do sistema soviético - quando sofreram inclusive fome e desabastecimento - se vêem forçados a adotar medidas de abertura a propriedade e aos negócios privados. Temem que estas pequenas aberturas acabem por destruir o socialismo e o sentimento revolucionário sucumba definitivamente aos apelos da ideologia individualista e do consumo.

Estão sobre o fio da navalha, como nos disse uma pessoa que conhecemos em Cuba, comprometida com os ideais socialistas e pessoalmente pessimista em relação às possibilidades de continuação da revolução cubana, conforme sua proposta original.


Respira-se um ambiente de mudança. Não se sabe se os cubanos conseguirão ser autores de seu próprio destino e escrever de forma original mais uma etapa de sua história. Se conseguirão fazer uma abertura econômica sem perder suas conquistas sociais e políticas.

Um comentário:

  1. Caros Lena e Soeiro,

    é muito bom poder contar com o compartilhamento generoso e sensível das impressões de suas viagens...
    A minha impressão, que é de terceira mão, é de que a resistência do regime cubano só pode ser expicada pela cumplicidade dos cubanos... já não tão presente entre os jovens... a crônica de vcs sugere isso também... não é verdade?

    Um abraço e parabéns pelo trabalho,
    João Roberto

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