A relação da gente com as cidades assemelha-se um pouco a comunicação entre pessoas. Há aquelas que de imediato nos chamam a atenção e outras que passam por nós sem deixar qualquer lembrança.
Chegamos à capital da Sicilia, meio desconfiados, tendo na cabeça a melodia e as imagens do “Poderoso Chefão”, a memória dos descendentes de italianos “embrulhões” que conhecemos no Brasil, seus modos apaixonados, dedicados de amigos e companheiros.
Mas, em Palermo encontramos a Itália profunda numa cidade charmosa e atraente, com suas ruelas e becos, paredes envelhecidas e descuidadas, com varais de roupas coloridas penduradas para fora das janelas. O trânsito indisciplinado, os seus motoristas fazendo o que lhes passa pela mente, parando em fila dupla, estacionando em lugares incríveis e suas motonetas circulando por todos os lugares, inclusive feiras livres e calçadas. Uma cidade viva que fecha entre meio dia e quatro da tarde para fazer a sesta.
Toda a gente “parlando” italiano alto com muitos gestos e efeitos teatrais, enfáticos e cordialmente relaxados, às vezes meio brutos, mas educados ao seu modo.
E que comida! Como se “manja bene!” E que “vino!” E que “pane!” Tudo “molto bello”.
É uma cidade para se andar, andar, andar e curtir, admirar seus prédios e sua gente.
E se vier a Palermo não se esqueça de visitar a Catedral de Monreale, de uma beleza espetacular, que por si só já justificaria uma viagem a Sicília. A igreja se localiza numa cidadezinha medieval próxima e seu Domo é magnífico, com o interior todo trabalhado em mosaicos. Um primor de encher os olhos e alma!
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