domingo, 25 de junho de 2006

Paris Giverny e Marmotan


Nestes dias em Paris estamos morando num apartamento conjugado, que os franceses chamam de ‘studio’, que se situa no 32 bis, Avenue René Coty, no 14eme arrondissent, próximo a cidade universitária, para chegarmos nela basta atrevassar o Parc Montsouris. Salvo o perfume deixado no hall de entrada por dois cachorros do vizinho de baixo, que mais parecem bezerros, o apartamento é agradável, tem uma varanda, e podemos até ensaiar pratos da culinária francesa, e também lógico beber vinhos locais que compramos no supermercado perto daqui. O bairro é fora do centro o que permite um dia a dia comum.
Às vezes, de vez em sempre, saímos para diversos programas. Um dia desses, pela manhã, pegamos o ônibus 28, que passa perto, na Av. Gen. Leclerc, e fomos até a Gare de Saint Lazare, donde tomamos um trem para a cidade de Vernon e de lá um ônibus para Giverny, pequena vila de cerca de 600 habitantes, tudo para conhecer a casa de Claude Monet e seu famoso jardim. O pintor comprou a casa quando já tinha 50 anos de idade e após três anos adquiriu um grande terreno ao lado para completar seu quintal e instalar seu jardim das águas, pelo visto, uma de suas paixões. Ao contrário da época em que vivia, ele decidiu construir um jardim onde as flores se misturam: lilases, rosas de diferentes tipos e cores, amor-perfeito, tulipas, flores do campo e muitas outras mais. Monet quis construir o seu jardim japonês, com um pequeno riacho e ponte, aonde se forma um espelho d’água, cheio de plantas, entre as quais algumas que se parecem com pequenas vitórias-régias. Neste ambiente, ele pintou grande parte de sua vastíssima obra. Hoje há uma fundação que procura manter este jardim, o máximo possível, conforme o seu autor idealizou e realizou. É como se estivéssemos a sonhar, mirando o jardim, e de repente, sentíssemo-nos a passear pelos quadros pintados por Monet. É como viajar em um museu vivo. Lá se encontram pessoas que pela fotografia, pelo desenho e até pela pintura, parecem querer continuar o trabalho do grande artista. Mas a emoção não foi deixada lá; no dia seguinte fomos ao Museu Marmotan que reúne muitas de suas obras pintadas em Giverny. É demais, o cara entre 50 e 85 anos de idade produziu beleza plástica atrás de beleza com os diversos olhares que dirigiu ao seu jardim. Este museu em Paris, relativamente pouco visitado, recebeu, por doação de seu filho Michel Monet, suas obras e sua coleção particular. O Museu Marmotan se origina de uma família de abastados colecionadores e abriga também o quadro de Monet: “Impression soleil levant” que deu origem ao movimento impressionista a ao termo “impressionismo”, após a crítica irônica da mídia especializada à época em que foi pintado. Pode-se, neste museu, com toda tranqüilidade, ficar a contemplar suas obras e viajar por suas cores e formas.

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