sábado, 13 de maio de 2006

Munique


Chegamos à Alemanha, em München, capital da Bavária. É marcante como em diversas áreas da Europa, devido à história e tradição local, o pessoal se identifica mais com sua região do que propriamente com o país, cultivam sua personalidade e identidade, o que se traduz em valorização da cultura e dialeto próprios. Em Munique, assim como já havíamos percebido em Barcelona, há um enaltecimento das coisas bávaras. Mas para nós, pobres ignorantes das diferenças locais, chegamos à Alemanha, país que vai ser sede da Copa do Mundo de 2006. Nota-se por todo canto que o ambiente está esquentando e na cidade que tem times de futebol importantes, entre os quais se destaca o Bayern, o Ronaldinho Gaúcho é a figura do momento, aparece mais em out-doors e capas de revista que a Gisele Bünchen.
Quando se chega a Munique, logo a gente sente que está chegando numa baita cidade, daquelas grandes cidades, como Lisboa, Barcelona, Viena, e outras, que têm muita vibração e agito, além de riqueza arquitetônica, cultura, charme e história. A mania atual da cidade é a de leões espalhados por toda a cidade, obras de um artista plástico, são feitos de fibra de vidro, coloridos e tratando de inúmeros temas; no mesmo esquema que foi feito com as vacas que decoraram algumas das nossas cidades recentemente. A propósito, esta turma de cá gosta muito de leões e águias: constituem símbolos de poder e força e estão sempre presentes em seus brasões, monumentos, esculturas e edifícios.
A cidade convida-nos a experimentar suas cervejas, salsichas, batatas, chucrute e muitos pratos à base de carne de porco. Tanto nas cervejarias e restaurantes como nos chamados Bier Garten – lugares, com espaço ao ar livre, onde as pessoas podem se reunir, levar crianças e seus próprios farnéis comprando só a bebida – sempre rola muita birra e o ambiente neste início de tempo quente é de muita descontração e agito. Chama atenção que os preços de alimentação na Alemanha são relativamente baixos, se comparados aos outros países da Europa e até aos do Brasil, considerando-se o câmbio atual.
Como não podia deixar de ser, ainda estão presentes na memória, os acontecimentos da 2aGuerra Mundial, os bombardeios sofridos e o que foi reconstruído. Estivemos também no campo de trabalhos forçados de Dachau que fica próximo à Munique, tendo sido o primeiro dos diversos campos de concentração que foram construídos a partir de 1938. Neste local estão preservadas partes do que foram as instalações do campo e tem um acervo fotográfico e documental que informa aos visitantes, ter sido lá mantida uma fábrica de munições, utilizando-se mão de obra escrava de prisioneiros de diversas nacionalidades, por descriminação racial e perseguição política, em particular de judeus.  O que mais impressiona são as câmaras de gás e os crematórios.
Pra nós também foi muito agradável ter estado, por um dia, com uma família germano-brasileira, que nos levou a conhecer a vila olímpica e com quem aprendemos muito, a respeito da vida da cidade. Deixou em nós vontade de voltar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário