sexta-feira, 26 de maio de 2006

Berlim


É notável o número de crianças pequenas, passeando com seus pais em super-carrinhos, crianças lindas que nos faziam o tempo todo lembrar da Luisinha. Ah! Quanta saudade da pequena e dos grandes também. Nas cidades em que visitamos, pelo jeito, eles estão levando à sério a recuperação da taxa de natalidade. Não pensem que eles esqueceram dos cachorros, eles aqui freqüentam restaurantes, supermercados e passeiam de metrô e ônibus. Aqui afinal, cachorro também é gente, como disse um certo ministro de esquecível memória.
A presença de estrangeiros, particularmente dos turcos que imigraram em grande número para o esforço de reconstrução da Alemanha, é dominante em vários ramos de comércio. Na Alemanha, como em alguns outros países, o direito de nacionalidade é obtido pelo sangue, jus sanguinis, e eles têm agora que resolver a questão dos filhos e netos desta galera que já nasceu no país, se sente do país, fala a língua do país, mas tem seus direitos políticos limitados, mesmo que os benefícios sociais sejam universalizados. Questão semelhante está tendo que ser tratada por outros países da Europa.
Quando houve a derrubada do muro de Berlim, eles quase iam se esquecendo que era importante manter uma parte, para a preservação da memória histórica da cidade. Há ainda cerca de 1 km, que é como uma galeria a céu aberto, todo pintado, ao estilo dos grafites, com manifestações diversas de apelo a paz e a liberdade . A percepção que se tem é que eles não querem se lembrar daquele muro pois não há muito material disponível que indique o seu traçado e o que provocou na vida dos habitantes da cidade.
A bicicleta é um meio de transporte largamente utilizado e a cidade está preparada para os ciclistas, há ciclovias demarcadas por toda a cidade, os vagões de metrô e mesmo os ônibus prevêem seu uso. Vêem-se mais bicicletas que motos circulando pelas ruas. Aliás, o mesmo, observamos na maior parte das cidades que visitamos.
Em toda a Alemanha pode-se ver bandeiras do Brasil e cartazes com fotos ou caricaturas do Ronaldinho Gaúcho e é muito comum vermos europeus com a camiseta verde e amarela. O futebol é sem dúvida a principal marca de promoção do nosso país por estas bandas e neste ano de copa do mundo que, ainda por cima, nos consideram favoritos, por toda parte topa-se com as cores nacionais.
A partida final da Copa está prevista para o estádio olímpico de Berlim, que foi construído para a olimpíada de 1936. É um estádio imponente de arquitetura austera, bem ao estilo do que se construiu à época do nazismo. Torcemos que os nossos Ronaldinhos estejam lá, e que o nosso favoritismo não de azar. Acho que seria de arrepiar uma final contra os donos da casa.

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