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sexta-feira, 19 de maio de 2006

Praga (cidade)

A visão noturna de Praga é de extraordinário encanto. Os caras sabem como ninguém iluminar os castelos, igrejas, pontes e edifícios antigos. Como a cidade é cortada pelo rio Moldávia e muitas de suas construções são voltadas para ele a cidade ganha um encanto especial à noite. A cidade se vê refletida nas águas do rio e se mostra bela e oferecida.
Mesmo que se estranhe na chegada uma certa má vontade no atendimento aos forasteiros, uma certa mania de errar nas contas, aos poucos a cidade vai se revelando muito maior do que estas coisas. Não é à toa que é chamada de Paris do Leste e a ela acorrem pessoas de todas as partes do mundo, muitas das quais jovens, procurando curtir sua agitação e ambiente alegre. A cidade conta com aproximadamente 1,2 milhão de habitantes e se espalha pelos dois lados do rio, basta comprar um bilhete do sistema de transportes e circular por ela em metro, ônibus ou bonde, ir a todo canto. Mas o bom mesmo são as longas caminhadas que permitem ir se conhecendo as ruelas, passagens e becos. O ponto de partida mais comum para os passeios é a chamada Praça da Cidade Velha, de onde saem charretes, tipo carruagem, puxadas por enormes cavalos e também citytours de ônibus, triciclo a pedal e mesmo excursões a pé. Dali pode se ir ao bairro judeu – Josefov - através de uma rua arborizada, tipo Boulevard de nome Parizska, bem sugestivo, não é? Ou, seguir através da Ponte Carlos IV, referência da cidade,  para a Igreja de São Vito no Castelo de Praga e o Parque Mala Strana. No caminho pode-se também visitar a Igreja do Menino Jesus de Praga e a Igreja de São Nicolau. Parece haver tantas igrejas em Praga qunato em Salvador. Como uma cidade com mais de mil anos de história, sede de impérios, sua riqueza arquitetônica e cultural se mostra por todo os cantos, nos detalhes de suas construções, nos verdadeiros quadros pintados em suas paredes externas, nas inúmeras fontes espalhadas pelas praças e átrios das quadras e principalmente na riqueza encontrada em suas igrejas e museus.
Praga é antes de tudo uma cidade cheia de vida, com muitos músicos pelas ruas, oferta de concertos, teatro de marionetes, óperas e até apresentações ao ar livre de danças folclóricas.
Enfim Praga é uma das grandes praças do Mundo. 

terça-feira, 16 de maio de 2006

Praga (gente)


Para se viajar pelas estradas da Áustria e da República Tcheca é preciso comprar um selo pedágio que se pode adquirir na fronteira ou em postos de gasolina. Na Alemanha não há pedágios nas auto-estradas. Para nossa surpresa, as estradas, à exceção da França, não são tão boas quanto conta a lenda a respeito das autobans. Apenas um registro, porque não há razão para queixas maiores.
Tínhamos uma enorme expectativa em relação à Praga, desde o tempo da guerra fria, quando ouvíamos falar muito dos seus encantos e principalmente de sua alegria. Ao chegarmos vindo de Viena, sentimos de imediato uma enorme mudança de ambiente, parece que se está aportando numa grande cidade parecida com as nossas, mais agitada e também com problemas sociais à vista, com muita mendicância. Causa espanto ver os pedintes, em geral jovens, alguns deles alcoólatras, colocando-se de joelhos, curvando-se até encostar a cabeça no chão, com os braços estendidos, segurando um chapéu ou boné, em posição de total humilhação e súplica, chocante, de início parece até uma representação. Depois, percebe-se que aqui também eles fazem parte da paisagem e poucas são as pessoas que lhes dão alguma atenção. Mesmo havendo repressão policial encontram-se vários deles pelas ruas, praças e através da ponte Carlos IV, um dos principais pontos de atração turística da cidade.
A questão do desemprego nota-se nos vários tipos de expedientes usados para sensibilizar quem passa: o mais bem sucedido é o realizado por músicos de vários tipos, em geral de boa qualidade, que conseguem alegrar o pedaço e faturar algum. Há também muitos retratistas e caricaturistas mostrando sua arte e também faturando algum. O mais curioso dos expedientes foi ver uma oficina de serralheiro ao ar livre, com direito a fogão e tudo mais, numa praça, trabalhando peças em metal para venda, que atraía os curiosos para vê-lo trabalhar.
Chegamos à Praga na véspera do dia primeiro de maio, pensamos que haveria alguma manifestação pelo dia do trabalho, picas, feriadão dos bons, tudo fechado, menos é claro: bares, restaurantes e lojas de lembranças, que por sinal esbanjam peças em cristal, os da Boêmia, e todos os tipos de bonecas russas, aquelas que se encaixam umas nas outras, pelo jeito a herança principal deixada pelos russos para o comércio da cidade.
Assistimos sim, em outro dia, a uma manifestação de porte razoável, com um monte de jovens concentrados na praça da cidade antiga que saíram em passeata pedindo a liberação da maconha, devidamente acompanhados pela polícia.
Praga é desde algum tempo forte pólo de atração turística e já nesta época esta repleta de gente de todas as partes do mundo, falando todas as línguas, muitos em excursão sempre lideradas por algum guia de bandeira ou guarda-chuvas na mão. Imaginamos que na época das férias de verão vai ficar impossível se caminhar por estas bandas. Deve ser um frevo daqueles.