sábado, 6 de novembro de 2010

Dublin


A cidade parece estar em festa todos os dias. A Lapa daqui se chama Temple Bar, um mini-bairro de poucas ruas que tem um Pub encostado no outro. Quando os visitantes chegam pela primeira vez são informados que este espaço de prazer, que leva o nome de um de seus bares mais famosos, não fecha às onze, como em Londres, mas depois das duas da madrugada. Muita música combinando com muita cerveja, especialmente a Guiness, cuja imagem e referência aparece em todos os cantos da cidade. Assemelha-se a Petrobrás, patrocina tudo que rola pela Irlanda do Sul (Eire).
O final de semana estava agitado com o show do Sting & The Police. Um dia ensolarado em pleno outubro é como um verão inesperado que a galera resolveu aproveitar pra valer. Num ambiente que reúne gente de todas as idades, mas principalmente jovens que falam um monte de línguas diferentes, a alegria se irradia por todos os lados.
Dublin se tornou um pólo de atração de imigrantes à procura de trabalho. Ouvimos falar que cerca de 14% de sua população é constituída por jovens poloneses. Parece um exagero se levarmos ainda em consideração que há gente de toda a parte, vinda da África, do Oriente, inclusive do Brasil. Há até ciganas jovens, cheias de filhos a mendigar pelas ruas.
Porém, é bonito de ver o que ocorre nestes países da União Européia, com sua juventude migrando de um canto para outro e trocando figurinhas em vários idiomas. Muitos de tendência mais conservadora ficam atemorizados imaginando que isto não vai dar certo. Num período não muito superior a cinco anos, chegaram a Dublin mais de duzentas mil pessoas na faixa etária dos vinte anos. A Babel vai virar uma área cosmopolita rapidamente.
Este país que tem dois idiomas oficiais, o gaélico e o inglês, busca cultivar suas super-raízes culturais e enfrentar o desafio de mergulhar nas transformações atuais. Nas placas dos carros de Dublin vemos escrito em gaélico: Baile Átha Cliath. Uma cidade cujo nome começa em baile só pode ser uma festa, ora pois: é.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

PROGRAMA DE INCA

Iniciamos a nossa aventura guiada em direção ao lago de Humantay, formado a partir do degelo das neves da montanha do mesmo nome. O lago situa-se na altitude de quatro mil e cem metros. Começamos nossa caminhada a partir do hotel, Salkantay Lodge (três mil e oitocentos metros), um conforto no meio do nada.

Quando se começa a andar com uma pequena mochila nas costas, os cuidados são típicos de quem mora nas cidades grandes, vai-se escolhendo os lugares onde pisar para evitar as bostas deixadas pelos animais e também contornando as poças de água e lama.


A trilha é uma subida em meio a montanhas, margeando enormes vales de onde se avistam os montes nevados Humantay e Salkantay, Na altitude andina as encostas dos morros são cheias de pedras e vegetação rasteira e seu relevo acidentado oferece belas paisagens.


Os andarilhos têm objetivos a atingir e usufruem relativamente pouco destas belezas naturais, porque andam, pela trilha sinuosa a beira de precipícios e cheias de desníveis, a maior parte do tempo olhando para chão. Os melhores momentos são aqueles em que você é obrigado a parar para recuperar a respiração afetada pela altitude e assim poder apreciar as imagens que te cercam.Para-se, apoia-se o queixo sobre o cajado e chega-se a fazer uma análise “custo-benefício” de tal empreitada turística.


Porém, quando se chega ao lago, a satisfação é enorme, em frente o monte Humantay nevado , e o lago de origem glacial com sua água esverdeada. A natureza em bruto, bela e exuberante.

A gente se sente como um Inca a reverenciar a divindade dos glaciares que lhes fornece as água.
As margens do lago são formadas por pedras de muitas cores e tamanhos, arredondadas e pequenas placas. Empilhando-as os viajantes formam pequenas oferendas (apacheta) aos deuses.


Dizem que alguns que adoram outras divindades veriam ali oportunidades para vários tipos de negócios para se ganhar dinheiro... Quem sabe um pedalinho! Ou um caiaque! He! He!

sábado, 16 de outubro de 2010

VIAGEM A MACHU PICHU


Muitos anos antes da chegada dos invasores espanhóis nas serras peruanas, os Incas, povo que elegeu o Sol como seu Deus supremo, construiu uma civilização única em território situado em montanhas próximas aos Andes. Tiveram o seu período de esplendor até serem massacrados pelos conquistadores.
As ruínas existentes atraem pessoas de todos os cantos do mundo para admirá-las e também reverenciar a memória do povo Inca.


Cusco foi a capital deste império e hoje é base de apoio para todos aqueles que querem peregrinar por suas trilhas e visitar os diversos tesouros arqueológicos existentes na região. A cidade com cerca de quatrocentos mil habitantes vive basicamente do turismo.


A riqueza em arte sacra pode ser admirada na Catedral, no Templo da Companhia de Jesus, no Templo de San Blas e no Museo de Arte Religiosa, além de outras. Sente-se a dimensão do peso do colonizador espanhol, construindo suas igrejas cheias de ouro e prata sobre os templos Incas e impondo sua religião, seus ritos e sua cultura.


De Cusco, vamos percorrer a pé a trilha do Salkantay em direção a famosa Machu Pichu. Levaremos seis dias num trajeto de caminhadas, dormindo cinco noites em pequenos hotéis, estrategicamente localizados.


Vamos a Machu Pichu seguindo ao longo do Rio Salkantay e do Rio Santa Teresa, respirando o ar rarefeito da altitude andina, provavelmente sob algumas pancadas de chuva e pensando naquela civilização extinta que nos deixou como herança, lendas, traços culturais e ruínas dos seus templos de glória.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

CARALHOTAS E OVOS MOLES

Os portugueses são inigualáveis na arte de dar nomes às coisas. Pera Manca, Porca de Murça, Periquita, Cabeça de Burro, Cova da Beira são alguns nomes de vinhos conhecidos. Barriguinha de freira, Toicinho do céu, Papo de anjo, nomes de alguns docinhos bestiais.


Através do senso de humor lusitano, dos fados que choram a aventura de uma nação de navegadores, da saudade dos que foram e dos que ficaram, e de sua culinária, pode-se começar a entender a alma nostálgica portuguesa.



Rir-se e chorar-se.

A noite Lisboeta é uma festa permanente o que faz de Portugal, hoje, ponto de atração de gente de todos os cantos.

Mas, vocês já ouviram falar que algumas jovens gaúchas quando, em estando no Rio de Janeiro, vão à padaria e pedem um cassetinho e fazem o pessoal morrer de rir. Pois é, imaginem então umas raparigas de Almeirim irem ao Rio, entrarem numa panificadora e pedirem umas caralhotas...

Não se preocupem porque os ovos moles são apenas os de Aveiro. Em outros cantos, os miolos que são moles.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

AO REGRESSAR

Ao final de uma viagem por países tão diferentes: Emirados Árabes Unidos, Japão, China, Vietnã, Camboja e Tailândia, em apenas 55 dias, ainda meio aturdidos por tantas imagens e sensações, lugares e pessoas, percebemos um sentimento de que algo foi-nos acrescentado; uma coisa difícil de explicar, do tipo, as pessoas são semelhantes em todo o canto, porém são também muito diferentes entre si, como que uma beleza da diversidade. Ser visto e tratado como um diferente. Tentar experimentar e avaliar os sabores, os sons, os movimentos, as construções e maneiras. Afastar preconceitos e olhar, olhar, olhar...

Viajar pelo ocidente é percorrer um mundo diverso, mas familiar. Porém, viajar pela Ásia é outro barato, principalmente na época atual, quando um vertiginoso processo de mudança está em curso, convivendo o mais profundo das tradições milenares com o crescimento do consumo e de novas formas de produção, o que tem levado muita gente do meio rural a mudar completamente de estilo de vida, conceitos e ideologia.


Conviver com países mais abertos significa receber milhares de turistas de outros países, que têm traços fisionômicos diferentes, modos às vezes engraçados, outras vezes estranhos, usam cortes de cabelo e roupas esquisitos e falam outras línguas. Tendo de aprender um pouco de inglês para faturar a grana dos que chegam. One dólar mádam! One dólar sir!


Receber a gentileza, a boa educação e o sorriso dos orientais e também ser percebido como um diferente (não diríamos haver preconceito racial e sim curiosidade). A tradição budista e xintoísta, convertidas em sofisticadas formas de convivência social no Japão, em frenético ritmo de crescimento na China. A simplicidade acolhedora dos povos do Vietnã e do Camboja. As cores, a malandragem e sensualidade dos tailandeses, aos poucos vão sendo descobertas. A percepção se alterando ao longo dos dias.


As cerejeiras floridas, a grande muralha, os guerreiros de Xian, os templos de Angkor, a superarquitetura e superengenharia de Dubai, é uma hiper dose de experiência que nos faz pensar numa humanidade possível além da torre de Babel.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

ANGKOR - TESOURO CAMBOJANO

Não faz muito tempo, em meados do século XIX, foi descoberto um verdadeiro tesouro histórico e arqueológico nas matas ao norte do que hoje é o país chamado Camboja. Foi durante a ocupação francesa na região, quando alguns pesquisadores foram informados da existência, no meio da floresta, de ruínas de templos antigos. Sabiam ter encontrado uma das maravilhas do mundo e iniciaram os levantamentos e estudos da área descoberta. Mas os problemas de guerras e disputas políticas na região durante o século XIX e praticamente todo o século XX fizeram que somente há pouco mais de quinze anos os templos de Angkor, em Siem Reap, fossem abertos a visitação e ao turismo internacional. Declarado em 1992 patrimônio da humanidade pela UNESCO.

Angkor foi, de 802 a 1432, o centro político e econômico do grande império khmer e o que sobrou ocupa 200 km², tem 70 templos alem de túmulos e outras ruínas ancestrais.


É impressionante! Pelo número de templos, pela área que ocupa e pela grandiosidade das ruínas em fase de restauração. E principalmente pelos inúmeros detalhes em baixo relevo, suas torres e alas formando um conjunto harmonioso e monumental. O caráter religioso do lugar além de ponto de atração turística ganha ares de santuário, com grande presença de monges budistas com suas vestes alaranjadas, que atrai a população local para orações e oferendas religiosas.


Hoje, Siem Reap vive um enorme dinamismo econômico derivado da importância do seu patrimônio histórico e cultural. Só se vêm construções novas: hotéis de redes internacionais, restaurantes, pequeno comércio e claro, casas de massagem. A população pobre desta região do Camboja se movimenta em torno desta riqueza que lhes sinaliza uma esperança de sobrevivência melhor. Uma vida nova a partir de uma herança antiga.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

TERRA DE MONGES, CORES E MASSAGENS

Os caras raspam a cabeça e se enrolam em pano alaranjado, são monges budistas com suas túnicas vistosas. O budismo é a religião dominante na Tailândia e por todos os cantos se vêm oratórios coloridos em dourado, amarelo e vermelho. Estas miniaturas estão sempre repletas com oferendas de seus devotos.

Os templos são grandes e luxuosos: as estátuas de Buda são ou de ouro ou douradas, como as pinturas das bordas de seus altares, ornamentados com flores e frutas multicoloridas.


As roupas femininas, saias e blusas ostentam brilhos espalhados pelos desenhos pintados em cores vivas e alegres. É decididamente um país de clima quente, com muita vegetação e umidade e que gosta de amarelo, vermelho, dourado, alaranjado, verde, azul...


E as massagens?!

Nos países asiáticos a massagem é considerada procedimento terapêutico e de bem estar. Assim a galera toda a pratica regularmente: massagens nos pés, costas, cabeça, corpo todo. Há os do tipo suave e as do tipo surra, conforme o desejo do cliente e também de sua necessidade.


Quando se passa pelas ruas fica-se surpreso com a quantidade de lugares, de todos os tamanhos, oferecendo massagens, com cardápio e tabela de preços publicados à porta. A massagem é um “Esporte Nacional” da Tailândia.


Desconfiamos também que é parte importantíssima da formação do PIB do país, sem se dizer é claro do volume de emprego e ocupação garantido para população local. Na Tailândia e em outros países da Ásia, massagem é a solução de todos os problemas. Que bom, né!?

domingo, 2 de maio de 2010

CHEGADA À TAILÂNDIA

A gente estava acompanhando pela Internet o noticiário de que estava havendo crescimento nas manifestações políticas na capital, dos chamados camisas vermelhas que querem por todo modo a dissolução do Parlamento e convocação imediata de eleições. Havia informações de confrontos violentos com as forças do governo, registrando mortos e feridos. Vimos algumas imagens na TV que mostravam confrontos. O pessoal mandando email perguntando se a gente tava por dentro do que tava acontecendo. Em 27 de abril, o site da embaixada brasileira no país recomendava aos cidadãos brasileiros que evitassem viagens a Bangkok neste momento.

Mas, sabíamos também que não havia registro de problemas com turistas e que continuava normal o movimento no aeroporto de Bangkok e outras cidades da Tailândia, que o primeiro ministro tinha ido à televisão, acompanhado do comandante militar, serenar um pouco os ânimos. Enfim, não parecia situação eminente de caos que sugerisse arrepiar carreira. Resolvemos transformar o receio em espírito de aventura.


A data de chegada o 1º de maio, aguçava mais ainda a nossa expectativa.


Porém, qual não foi nossa surpresa, pois não vimos absolutamente nenhum sinal que possa estar ocorrendo algo nessa cidade, a não ser que não vimos ninguém vestido de camisa vermelha ou amarela (as cores das correntes litigantes), ou seja: todo mundo com medo de achar que pudessem estar tomando partido de alguma dos lados.
Engraçado, cabe registrar, que no caminho do aeroporto para o Hotel vimos três painéis com fotos mostrando feridos nos conflitos. Alguma campanha em curso, o que estava escrito nestes cartazes, obviamente não entendemos, porque ainda não lemos tailandês.


Hoje, domingo, caminhamos o dia todo pela cidade, pegamos o monotrilho e fomos até o Chatuchak Market, mercado que funciona aos finais de semana e que junta gente de toda cidade e vende absolutamente de tudo, um tremendo mercado, com milhares de pessoas comprando. Pegamos também o Metrô, fomos almoçar no bairro chinês e depois fomos visitar o Buda de ouro (5,5 toneladas).
Tudo na santa paz.

Faz tempo bom em Bangkok, segundo a meteorologia poderá haver nos próximos dias algumas pancadas dispersas e ocasionais. É a previsão do tempo, não da política.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

HO CHI MINH (SAIGON)– UM OUTRO VIETNÃ

Quem chega a Ho Chi Minh (antiga Saigon), vindo de Hanói, tem uma enorme surpresa, encontra uma cidade com avenidas largas, edifícios grandes e modernos e inúmeros prédios monumentais deixados pela presença francesa de mais de século na região. Inclusive, surpreende o destaque para a catedral católica logo na chegada ao centro da cidade. É um lugar com mais cara de ocidente do que de Vietnã.

Porém, tem a marca inconfundível do país, em razão do mar de motos que inunda suas ruas, de modo um pouco mais organizado do que em Hanoi, mas pouco e em número muito maior. Quando você passeia pela cidade, de mapa na mão, atrás dos endereços que você procura, e vai atravessando as ruas, você pensa será que vai dar para atravessar de volta. Mesmo depois de pegar a manha e atravessar entre as milhares de motos e algumas bicicletas e carros, às vezes a gente se sente inclinado a desistir de continuar o caminho, principalmente quando é percorrido sob temperatura de quase quarenta graus.


Mas, Ho Chi Minh é uma cidade contemporânea que reproduz o padrão atual globalizado de consumo; animada e agitada, onde se encontra de tudo. Muitos estrangeiros circulam normalmente por suas ruas, sem serem alvo de curiosidade excessiva. Gringos têm todos a mesma cara. O Vietnã mais tradicional está em Hanói, capital do país que está comemorando este ano 35 anos de sua unificação. Trata-se de área do mundo em acelerado processo de transformações econômicas e sociais.


Há pouco tempo eles estão substituindo suas bicicletas por motos, carregando sobre elas coisas que a gente nem consegue imaginar: famílias inteiras, mudanças, material de construção, comércio de bugigangas de vários tipos. Há pouco tempo eles passaram a usar roupas de grifes americanas e européias.


Por enquanto, o certo é que eles guardam ainda a simpatia e o sorriso fácil o que torna o país um destino muito procurado por viajantes de toda a parte de mundo, como nós. Além, é claro, de que é super barato para os nossos bolsos.

sábado, 24 de abril de 2010

CAMINHANDO POR HANOI

Logo a gente se sente à vontade. O pessoal da cidade comunica tranquilidade, na sua maioria são magrinhos e de baixa estatura, sempre com um sorriso cordial disponível, transmitem um clima de paz em cidade pequena. Não combina com a história de terem sido objeto de tantas guerras e massacres.

A primeira visão das ruas de Hanoi é aquela tradicional e que encanta. As mulheres, com seus chapéus de palha cônicos, carregam suas mercadorias apoiadas ao ombro em duas cestas de vime, sustentadas por uma haste de bambu ou madeira.


Observamos que há dois estilos de vida convivendo simultaneamente. A vida nas ruas estreitas, onde a calçada é um prolongamento natural das pequenas moradias e assim sendo, nela as pessoas cozinham, catam piolho na cabeça das crianças, costuram, banham os pequenos, tudo embaixo das árvores, dando lugar a um clima comunitário das vilas. Há também pequenos botecos para uma cervejinha ou um jogo de xadrez. Para entrar na casa (dizem que em média tem dezessete metros quadrados), as pessoas tiram os sapatos, dentro delas praticamente não há móveis, nem cadeiras, nem mesas. Na calçada sim a pequenos bancos, com os pés do tamanho das escolas infantis, onde sentam ou ficam de cócoras, dependendo do gosto de freguês.


Pelas ruas transitam loucamente milhares de motos, a que se somam em numero menor, carros, bicicletas e pedestres. Muitos são ex-ciclistas que dirigem do mesmo modo de antigamente, portanto fazendo de tudo que lhes vem à cabeça, buzinam o tempo todo, sendo o buzinaço o fundo musical de Hanoi. Aqui, protesto seria notado através de um silenciaço.


Há também outro estilo de vida nas ruas largas, como avenidas, como se fossem vias expressas com calçadas largas. Nelas há edifícios maiores, casas comerciais, lojas, restaurantes, bancos, prédios governamentais, representações de interesses externos. Há mais sinais de trânsito e estes são mais respeitados. Não vimos acidentes, eles são habilidosos e dirigem a baixa velocidade o que explica a anarquia que dá certo. No início se estranha um pouco a travessia das ruas no meio dos veículos, mas depois se percebe que é mais seguro do que atravessar a rua no Rio de Janeiro. He,He,He.


Depois da convivência com os brutamontes chineses a conclusão é que os vietnamitas é que são legais. Aos turistas oferecem, a todo o momento, o serviço de riquixá (em triciclo), moto taxi e taxi, sempre com boa educação.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

CENSURA NA INTERNET

É estranho. Taí, uma coisa não combina com o momento atual da China. Sabíamos que o Google tinha sediado o seu site em Hong Kong para acomodar suas questões com o governo chinês. Só não sabíamos que não poderíamos postar nossas crônicas de viagem e as nossas fotos. Tivemos que enviar por email para o Tiago, no Brasil, para ele gentilmente fazer por nós. Ele postava as fotos e nós continuávamos sem poder vê-las pela internet.

Quando chegamos a Hong Kong tudo voltou ao normal. Só na China continental é que, apesar de termos acesso a rede em todos os hotéis, não podíamos ver os blogs do Soeiro, nem usar o messenger, facebook e orkut.


Parece pelas falas das guias de viagem que eles convivem naturalmente com as restrições de vários tipos, inclusive censura.


Soubemos também que agora quem precisa ter dote para se casar são os homens. As garotas de Beijing não aceitam casar com os jovens que não tenham casa própria, carro e emprego. Os pais dos garotos têm de ajudá-los a “comprar” a casa. A propriedade privada na China é uma concessão por setenta anos; se viveres mais tem de pagar um extra para continuar ocupando a própria casa. Tá certo que esta regra só tem dez anos de vigência e não se sabe o que vai acontecer de fato quando vencerem os prazos.


Enfim, um país com algumas coisas de comunismo misturadas a outras de capitalismo.


E assim caminha a humanidade.

terça-feira, 20 de abril de 2010

CHINA - SENSAÇÕES GERAIS

Se você nos perguntar o que achamos da China, diria não é fácil responder a esta pergunta, mas podemos tentar: é um país onde a turma gosta de furar fila, sem se dar conta. Nas feiras é comum as pessoas te puxarem pelo braço para tentar vender alguma coisa, a gente se sente turista objeto portador de grana. Gestos gentis, educados, nem pensar. Ou seja, não nos impressionou bem a forma deles se comunicarem conosco. E são muitos...



Para viajar pela China fica-se prisioneiro das agências de turismo com suas detestáveis excursões: fazem-nos acordar todos os dias a seis horas da manhã e levam-nos a um monte de lojas. Dizem que o pessoal gosta mesmo é de comprar, tese discutível!




Esse tipo de viagem tem uma conveniência: como ninguém nas ruas da China fala qualquer palavra que não seja o idioma materno, diminui em muito o perigo de se perder e nunca mais voltar.




A agência estatal de turismo que nos acompanhou tinha ótimas guias, jovens que falam muito bem espanhol e eram muito atenciosas e responsáveis, o que nos possibilitou saber um pouco do que pensam os jovens: o comunismo é passado, todos glorificam Mao pela unificação do país e mais ainda Deng Xiaoping, responsável pela guinada pró capitalista da China atual. Disseram-nos com todas as letras: voltar ao passado jamais. Queremos mais do que estamos acessando em termos de oportunidades e consumo, queremos todas ter uma bolsa Louis Vuiton, roupas The North Face e por aí vai....Todas as grandes grifes mundiais estão presentes, com varias lojas, em Beijing.




Segundo um guia nostálgico, quadro do partido há trinta anos, hoje ninguém mais quer discutir socialismo e questões correlatas. Ao mirar uma pintura onde uma jovem lia o Manifesto Comunista e os Pensamentos de Mao (livro vermelho), preparando-se para pedir seu ingresso no partido, comentou: os jovens de hoje ao verem esse quadro não saberão ler seu significado.




E tem mais, só conseguimos ver a cor azul do céu durante um dia, o resto do tempo dá-lhe poluição e bruma.




Das atrações famosas nos impressionou muito o sítio arqueológico dos guerreiros de Xi’an; a Praça da Porta da Paz Celestial; A Cidade Proibida; a Grande Muralha, a moderna Xangai e um belíssimo passeio de barco pelo rio Li, a partir de Guilin.




Não sabemos se respondemos direito, mas tentamos.




segunda-feira, 19 de abril de 2010

MACAU

Os portugueses chegaram a esta parte da China em 1500, mesmo ano que Cabral descobriu o Brasil. Macau deixou de ser colônia portuguesa em 1999 e hoje tem o status de região administrativa autônoma da República Popular da China (sem forças armadas e diplomacia própria).

De fato o país hoje é o Grande Cassino da Ásia. Gasta-se uma hora de barco para ir-se de Hong Kong a Macau e não muito mais de outras cidades chinesas.


O português ainda é a língua oficial e assim sendo os nomes das ruas, os letreiros, avisos, bem como, vários prédios têm inscrições em português. Porém, curiosamente ninguém fala a nossa língua, como também não se vê pessoas brancas, além é claro dos turistas de várias procedências.


Os vestígios da presença portuguesa se resumem a um forte, uma ruína de igreja e algumas instituições ligadas à igreja católica como: seminário e colégios. Praticamente não há prédios antigos como os de Paraty ou Ouro Preto. Não se vê azulejos nas paredes das casas, tão a gosto dos portugueses!


Trata-se de um mistério: como se apagou tão rapidamente a presença lusitana em Macau? Quase quinhentos anos de colonização se resume hoje a protocolos oficiais. Não deixa de ser curioso para nós brasileiros ler as placas das ruas em português, mas afora isso nada mais.


Macau é uma cidade sem encantos... e uma frustração para quem esperava ver mais.

domingo, 18 de abril de 2010

ADIVINHA ONDE É?

O garoto agarrou a manga da jaqueta e ficava puxando e pedindo que eu comprasse as flores que havia enfiado em meu bolso. Olhei para ele e percebi que deveria ter uns seis anos, sua expressão dizia compra, compra. Certamente os adultos que estavam por detrás dele eram exigentes. Outras crianças faziam o mesmo com outros turistas que tinham acabado de chegar.

O passeio de barco à noite pelo lago tinha mostrado um espetáculo grotesco, pescadores em pequenas jangadas feitas de bambu, utilizavam biguás para pegar peixes. Eles amarravam o pescoço das aves, estreitando suas gargantas para que não conseguissem engolir os peixes capturados e assim podiam ser retirados de seus bicos. A cada sucesso um grupo de turistas coreanos e japoneses aplaudia o feito do pescador. Bizarro, mundo cão.


Passeamos por um lago artificial construído para fins de turismo. Uma cidade do interior semi transformada em parque temático, com diversas pequenas pontes imitando em tamanho menor diversas pontes de países da Europa e dos Estados Unidos. Era começo da noite e uma iluminação multicolorida dava um certo aspecto de cinema americano.


Ao aportarmos, a nossa guia nos levou a conhecer a maior cascata artificial do mundo, uma cascata a verter água de um prédio de vinte andares. Ela tinha nos contado que o ex-presidente americano Bill Clinton em visita a região comentou que esta se parecia uma jovem muito bonita, porém mal vestida, o que fez com que o governo chinês investisse nela para incentivar sua vocação turística por se situar numa área de grande beleza natural, com o rio Lin deslizando sinuosamente entre as montanhas escarpadas. Não chegamos a ver nenhuma estátua em sua homenagem.


Sabe de onde corresponde esta descrição?

Se falar que é na China (Guilin). Acertou!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

PEQUIM

A primeira impressão é que fica. Quando chegamos tivemos uma imagem surreal da capital da China: um intenso nevoeiro acinzentado não permitia ver nem o céu nem a silhueta de edifícios próximos. Foi-nos dito que era a soma de dois efeitos: o da poluição atmosférica produzida pelos veículos e areia em suspensão trazida pelos ventos oriundos do deserto de Gobi. Sinistro!

Fomos conduzidos por pistas expressas de cinco faixas de cada lado, tomadas por carros dirigidos por ex-ciclistas. Sinistro!!

Beijin, nome em chinês de Pequim, é uma cidade estranha. Abriga cerca de dezoito milhões de habitantes que estão espalhados em uma enorme área, onde não se vê aglomeração de edifícios, tão comum as grandes cidades brasileiras. As distâncias são enormes e tem de ser percorrida por carros e ônibus. A rede de Metro é pequena para o porte da cidade. Os congestionamentos são crescentes e provavelmente eles devem alcançar São Paulo em breve.

A maioria dos turistas estrangeiros visita a cidade sob orientação das principais agencias de turismo que são estatais e tratam muito bem os visitantes, mas com programações especialmente dirigidas a eles. É enorme o turismo interno na China. Pequim tem atrações monumentais, porém ela se dá pouco a conhecer. Podem-se visitar áreas populares no centro da cidade, os hutongs, que seriam como favelas preservadas pelo patrimônio histórico, onde deve rolar inclusive certa boemia com presença juventude local.

A visita ao passado imperial e ao presente pós Mao é feita toda em seu centro histórico. Nota-se um estado forte por todo lado e a marcha para os modos de relação existentes nos países capitalistas segue firme e aparentemente sem recuos. A caminhada para a sociedade de consumo globalizada, com suas marcas famosas (que por sinal fabricam seus produtos aqui) parece inexorável e muito ao gosto das novas gerações.
Sugere estar havendo certo tipo de revolução cultural não muito previsível pouco tempo atrás.


Percebemos claramente que não é simples para quem chega do Brasil conhecer a China além de seus monumentos históricos.

domingo, 11 de abril de 2010

VISITA AO CAMARADA MAO

No meio do salão escuro lá está o corpo estendido do grande timoneiro. Apenas sua face está iluminada. O esquife circundado por uma grande câmara de vidro. O silêncio é respeitoso, ouvem-se apenas as falas do pessoal da segurança vestido com ternos pretos e gravatas. Há uma grande quantidade de flores brancas depositas em frente ao ataúde.
O povo desfila contrito diante do líder da Grande Marcha que anunciou a fundação da República Popular da China em 01 de outubro de 1949.
Para este momento todos entraram em uma enorme fila que se alonga pela esplanada da Praça da Porta da Paz Celestial, se submeteram aos procedimentos de segurança que se tornaram corriqueiros em todos os cantos. Não se pode portar câmeras fotográficas e deve-se retirar o chapéu ao adentrar ao local onde se encontra Mao. Há um guichê onde se compram ramalhetes de flores brancas para um gesto de homenagem. Despende-se cerca de meia hora para realizar o circuito de entrar e sair do Mausoléu. Os populares parecem compenetrados e alguns até emocionados. O aspecto geral é o de um santuário, onde o povão reverencia seu padroeiro.
Porém ao sair do salão principal fica-se com uma pulga atrás da orelha. Será verdadeiro o Mao que se vê? O aspecto tão certinho de sua face lembra as imagens em cera exibidas em alguns museus. Logo em seguida entra-se numa lojinha como a da maioria dos museus, com muitas coisas a venda e esta com o tema: Mao. Medalhas para pendurar no pescoço como as dos santos, relógios, isqueiros, abridores de garrafa, bonés, camisetas, quadros, enfim uma loja de lembranças para faturar com os visitantes.
O líder da Revolução Cultural conhecedor do misticismo de seu povo talvez não imaginasse que após sua morte viraria o principal santo nacional de um país comunista, o maior país comunista contemporâneo e que aparentemente está dando certo, para ciúmes ideológicos do ocidente e também preocupação de todos de como será o Império que surge no horizonte oriental.
De um lado da Praça que presenciou uma das cenas mais eloqüentes de afrontamento entre o ser humano e o poder das armas, dorme a Cidade Proibida dos últimos imperadores, com um enorme retrato de Mao em sua porta e do outro repousa a múmia do camarada Mao. Assim se apresenta a China para os seus e para quem a visita.
Que pensariam aqueles muitos jovens que se engajaram em movimentos de inspiração Maoísta ao visitar hoje sua tumba?

quinta-feira, 8 de abril de 2010

SAYONARA TÓQUIO

Quando você sai de um país com vontade de voltar é porque gostou muito. É como nos sentimos ao dizer adeus à terra do Sol nascente. O Japão é demais! Passear o tempo todo pelas ruas e avenidas, parques e caminhos, vendo as cerejeiras floridas, por si só já encanta.
Viemos para vê-las e demos a sorte de estar em Kyoto e Tóquio no apogeu da floração e nos primeiros dias ensolarados da primavera deste ano. Nestes dias os japoneses estendem lonas embaixo das árvores e passam horas comendo, bebendo, jogando cartas e principalmente curtindo o momento privilegiado de estar recebendo a energia das flores das cerejeiras. É para dar sorte e trazer felicidades. É a festa da Sakura. Parecia que toda a população de Tóquio tinha ido ao parque Ueno, como se fosse à passagem do ano em Copacabana, ambiente de muita alegria e festa. Gente à beça!
Mas o país é incrível principalmente pelos diversos modos de comportar-se de sua população. Listamos alguns:
A elegância no vestir e no tratar as pessoas. Todos muito gentis e prestativos.
Ontem à noite fomos jantar e havia um cardápio que era só para mulheres e o garçom ria para explicar que os homens tinham que pedir o outro menu que era para homens.
Diversas pessoas usam máscaras higiênicas brancas. Vimos algumas em crianças com temas infantis. A higiene pública no Japão é um dos seus pontos altos, tudo muito limpo e mesmo em ambientes de multidão eles conseguem manter um padrão elevado de limpeza.
Há banheiros de uso público espalhados por todos os lugares, em vários com toaletes para japoneses (aqueles de cócoras) e para ocidentais, (assento aquecido e bidê articulado em uma única peça). Sempre muito limpos.
A cidade de Tóquio, uma das principais cidades do mundo, ostenta uma arquitetura avançada que utiliza muitas cores e vidros. À noite dá-lhe neon, telas gigantes e luminosos piscando. A Nova Iorque do Oriente pelo jeito é aqui. Não só NY, também a Champs Elisée é aqui, com todas as grifes francesas, italianas e de todo o mundo. O Japão gente é chocante de bom!
Nem tudo é perfeito, haja cheiro de cigarro por todo o lado...

domingo, 4 de abril de 2010

DIZEM QUE TÓQUIO É CARA

Não tem pra ninguém, moeda forte mesmo é o real: o Real.
Este complexo de inferioridade do brasileiro deve de ser deixado para trás. Hoje, o real vale mais que os yenes, dólares, libras, o que mais vier pela frente, morô?!


Galera, a hora de viajar pra qualquer canto do mundo é agora, inda mais em ano eleitoral e com o Meirelles no comando da moeda, não tem pra ninguém.


Por aqui a gente pega a moeda deles, tira dois zeros e dá o valor em dólar americano, multiplica por dois e dá em real. Compara os preços e fala: em Porto Alegre esta despesa seria maior. Tá barato em Tóquio. Faz os cálculos pro Rio e tem a mesma sensação, São Paulo, é covardia.


E taxi, só rindo. Os taxistas aqui vestem terno e gravata, alguns com quepe e outros até de luvas brancas; carros brilhando de limpos, com bancos recobertos de tecidos brancos e rendados. E o pior, sempre tem troco e fazem questão de devolver os centavos e com nota fiscal. Ao final te agradecem a oportunidade de servi-lo. Se você repetir o trajeto, que surpresa o preço é o mesmo!

Ou seja, Só podem estar de sacanagem!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

PODE USAR MEIAS BRANCAS NO JAPÃO


A cidade de Kyoto é de um charme só. Nesta época de início da primavera ela às vezes se mostra ensolarada, às vezes chuvosa, com temperaturas agradáveis ou frio de rachar. Até neve tivemos o prazer de ver caindo lá fora. As cerejeiras em flor anunciam a todos que o tempo bom está chegando. É tempo de celebração, chamar os amigos ou a pessoa amada para tomar saquê embaixo dos seus ramos coloridos em cor de rosa e branco, de preferência sob a Lua cheia.

As mulheres aqui gostam de usar quimonos e a cidade cultiva várias tradições. As gueixas, com suas faces cuidadosamente pintadas, seus quimonos graciosos e coloridos, calçando seus tamancos e meias brancas podem ser vistas em espetáculos de dança, pelas ruas e em casas onde se pode participar das famosas cerimônias do chá.


Kyoto é território de templos. Por ser uma das cidades mais antigas do Japão, os seus moradores e visitantes podem freqüentar uma quantidade variada de templos budistas e xintoístas de diversos tamanhos e artes.

Em muitos dos templos, para entrar é preciso tirar os sapatos e estar atento para que as meias não estejam furadas. Os templos são lugares de respeito, silêncio e oração. Não raro se vê lugares para deixar moedas, ou ainda adquirir frases que ensejam fortuna e sorte.

Mas se você estiver de meias brancas vai se surpreender! Depois de caminhar pelo templo suas meias continuarão tão brancas quanto estavam ao entrar.

Mas não pensem que por aqui não estão todas as grandes grifes internacionais e modernos shoppings que garantem a elegância diária de japonesas e japoneses.

domingo, 28 de março de 2010

VISITA À HIROSHIMA


De Osaka a Hiroshima é aproximadamente uma hora e meia de trem-bala: o Shinkansen. Este tipo de transporte já está totalmente incorporado ao dia a dia do Japão, para inúmeros destinos e com vários horários. Sistema rápido e eficiente, fácil de usar até por estrangeiros. Por falar em eficiente, até agora é uma das coisas que mais nos impressiona nesta viagem, como tudo funciona impecavelmente. Outro dia, dentro de um mercadão em um shopping não resistimos à tentação e compramos uma bandeja de morangos maravilhosos e decidimos comê-los lá mesmo. Os japas nos olhavam admirados como se estivessem vendo alienígenas de outro planeta. Como não havia cesto para lixo, deixamos para quando víssemos um. Não é que andamos quase dois quilômetros por ruas limpíssimas sem nenhuma lixeira a vista. Daí todo mundo saber por que é inviável um sindicato de lixeiros em Osaka: se fizerem greve ninguém vai notar.

Voltando ao assunto principal. Fomos visitar Hiroshima.

Um momento que emociona. A visita aos monumentos erguidos para defesa da paz.


O impressionante contato com as imagens fotográficas do antes e depois do ataque a cidade. As fotos das vítimas, os relatos dos sobreviventes, os objetos de crianças chamuscados pelo fogo. E depois a contradição entre manter a memória do sofrimento em defesa de um mundo civilizado e apagar para sempre os vestígios da insensatez dos líderes e chefes militares dos estados em guerra, que chegaram ao ápice no séc.XX e que parece nunca terminar.

A Hiroshima reconstruída, moderna e colorida é melhor resposta que poderia ser dada por seu povo e é a que se encontra lá recebendo gente de todo o Japão e do exterior, é uma atitude que faz com que saiamos de Hiroshima com emoção e esperança.

quinta-feira, 25 de março de 2010

OSAKA - chegada ao Japão

Os japoneses constituem um povo que sorri, é muito gentil e te oferece ajuda. Fomos bem recebidos.

Embora já soubéssemos destas características, havia em nós certa ansiedade sobre as dificuldades que iríamos encontrar quando chegássemos a Osaka. Viajar para a Ásia dá certo frio na barriga quando o momento da partida se aproxima. Pura fantasia mental.
O aeroporto de Kansai, em Osaka, o segundo do país, atrás apenas do aeroporto de Narita em Tóquio, construído sobre pilastras na baía de Osaka, além de seguro e bonito é incrivelmente bem organizado e acolhedor e com várias coisas eficientes e bem boladas.

Na migração,após deixarmos as digitais dos dedos indicadores registradas no sistema deles, uma gravação em português dizia: muito obrigado e nos deu boas vindas. Ao retirarmos dinheiro do caixa eletrônico do aeroporto apareceu a opção português para as instruções de saque. Gentil e prático né!?

No guichê de informações obtivemos a orientação, de uma simpática atendente, que o serviço de ônibus diante da porta de saída poderia nos levar diretamente até o hotel em que tínhamos reserva, na porta do saguão do hotel, literalmente, pura sorte.

Ou seja, não tivemos qualquer dificuldade em nossos primeiros passos no Japão.

Arigatô! Osaka.

terça-feira, 23 de março de 2010

ADIVINHA O QUE ACONTECEU?

Em nossa primeira saída em Dubai, resolvemos pegar um taxi e rumar para o City Centre. Para início de conversa, tratava-se de um Centro Comercial e não do centro da cidade. He,he,he, né?

Logo após descer do carro, dei falta da minha Lumix, minha querida câmera fotográfica. Turista em férias, sem máquina para sacar fotos. Logo veio o socorro: eu te empresto a minha a hora que você quiser. Não liga não, quem sabe o taxista que sabe o endereço do hotel não liga para lá e devolva a bichinha.

Eu só vou dar uns cinquenta socos na parede para extravasar um pouco, mas, não tem problema, afinal era só uma máquina.

Passeamos o dia inteiro conhecendo o pequeno comércio ao longo do Creek, depois visitamos a região litorânea onde demos uma vista geral nas principais atrações turísticas da orla.

Qual não foi a nossa surpresa ao chegarmos de volta ao hotel, quando o pessoal da portaria nos disse que certo taxista havia ligado perguntando se algum hóspede, pela manhã, havia esquecido um objeto em seu carro.

Não é demais?

Uns dizem que é anjo da guarda, outros é que ainda há seres humanos civilizados no mundo.

Qual a sua opinião?

DUBAI –II





O maior edifício do mundo, denominado Burj Dubai, está às vésperas de sua inauguração, prevista para o próximo mês de abril, isto é, mês que vem. Fomos até lá conferir, está realmente nos últimos acabamentos. É chocante! Como uma lança se projeta para o céu. Já nasce com a vocação para ser a Torre Eiffel do início do século XXI. Quando se olha para cima para vê-lo, há um momento que se tem a sensação de poder cair para trás. Uma vertigem ao inverso.



Certamente, será o mirante privilegiado de observação deste prodigioso projeto de construção de uma cidade moderníssima em um deserto à beira mar. Sobre a areia, as mais arrojadas construções de prédios, avenidas, Metro, conjuntos residenciais de casas e prédios. Na orla marítima: praias artificiais, hotel sete estrelas, marinas e bairros elegantérrimos.




De lá poderão ser vistas inúmeras Mesquitas oferecidas ao povo muçulmano como novos lugares para suas orações em grupo. Não vimos nenhum templo de outras religiões.




Pode ser que Dubai com seu esplendor de vitória venha a causar inveja a líderes políticos e religiosos do mundo inteiro. Pode ser, também, que signifique uma experiência de aproximação entre pessoas de várias partes do globo.




O que será desta cidade daqui trinta ou quarenta anos?



Hoje, é um canteiro de obras alucinado, uma enorme concentração de gruas, guindastes e andaimes de todos os tipos.








segunda-feira, 22 de março de 2010

DUBAI


É uma cidade diferente em busca de um charme próprio. Não sei se já conseguiu, mas está no caminho.

Ela é jovem, nascida a beira de um deserto, encostada no mar. Esparrama-se junto a uma enseada que mais parece um pequeno rio, não à toa chamado de Creek, palavra inglesa que quando se consulta o dicionário, lá aparece: riacho para os americanos e enseada para os ingleses. Mas, quando nos é apresentada, logo aprendemos que boa parte de sua vida transcorre um torno desta enseada ou deste creek.

A primeira impressão é que são muçulmanos construindo uma grande Barra da Tijuca, com suas avenidas, inúmeras mesquitas, centros comerciais e prédios, tudo muito planejado por arquitetos e urbanistas provavelmente famosos.

Luxo, muito luxo. Um verdadeiro showroom de arquitetura contemporânea, edifícios sofisticados, chiques, lindos e até alguns bregas, todos disputando o seu espaço.
Esta cidade é a expressão da riqueza do petróleo que é abundante nesta área, mas também da vontade visionária da dinastia Al Maktoum que a governa.

Hoje, em Dubai vivem pessoas originárias de mais de cem nacionalidades, muitas da Índia e do Paquistão. Constrói uma cidade cosmopolita, em ambiente natural inóspito e em ambiente cultural islâmico.

Amanhã vamos a caminhar pelo bairro dos arranha-céus, que de longe lembra mesmo é a silhueta de Nova Iorque.

Depois nois conta.